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Posted by on 2013/07/16 under Uncategorized

É sagrado para mim estar bem. Não comigo mesmo, mas com as pessoas que amo, que são importantes, que significam pouco ou muito para mim. Talvez – de certeza, é esse o meu ponto mais fraco: por antes de procurar a minha, procuro sempre a felicidade do meu próximo. Faz com que oportunidades sejam desperdiçadas, actos não sejam executados, palavras não sejam ditas. Não por mim – nunca por mim, mas sempre pela outra pessoa.
Então fecho-me em mim mesmo e escrevo – como agora, na tentativa (falhada) de controlar o que sinto, de esquecer o que sinto, de te esquecer a ti, pois longe de mim enfrentar-te pessoalmente. Não lhe chamaria cobardia ou medo de uma resposta menos boa – até porque sei que era isso que aconteceria caso algum dia soubesses a Verdade. Não te enfrento por essa minha mania em não querer mal a ninguém – em não te querer mal a TI. Não quero que sintas uma desilusão ou pena de mim. Não quero, basicamente, que estejas mal comigo. Não quero correr o risco de que não percebas o que sinto, de que não acredites no que sinto ou que te sintas mal por eu sentir o que sei que sinto.
Antes de pensar como, penso porquê. Porque é que tinhas que ser tu? Porque raio o meu coração ganhou ao meu cérebro e o meu corpo achou lógico gostar de ti? Como raio fui-me apaixonar por ti? São questões que me faço para me afastar das questões mais importantes: o que vou fazer agora? Porque a verdade é que não sei.
Tu és a pessoa a que conto isto. Qualquer coisa, por pior, por mais embaraçoso, por mais ridículo tu estiveste e estás lá. E tenho medo de te contar porque tenho medo que depois nunca mais lá estejas para mim. E mesmo que estivesses, nunca nada seria igual.
Gostar de ti sempre foi algo com que lidei já que te conheço há 7 anos. São 2555 dias. São 7 aniversários, 7 Natais, 7 anos de dor e alegria, 7 anos de relações e rompimentos, 7 anos que fizeram de mim uma melhor pessoa – porque eu acho que me torno alguém melhor quando estou contigo. Mas longe de mim no decorrer desses 7 anos, alguma vez pensar, depois de ter namoradas e tu namorados, que alguma vez eu te visse como uma e tu me visses como um.

Vamos por partes como se falasse agora para ti – essa situação completamente hipotética. Provavelmente assim que te contasse isto, perguntarias “e a outra?”. A outra é a razão da minha confiança em saber que gosto mesmo de ti. Sabendo tu e meio mundo o quanto falava dela, o quanto já sofri por ela, o quanto achava que continuava a gostar dela, foi ela a minha primeira defesa quando, há semanas atrás, ia almoçar e jantar contigo, quando me pedias para te coçar um bocadinho e eu ficava horas, quando víamos um filme os 2, quando te abraçava, quando estava simplesmente contigo e sentia com esses nossos actos o meu coração bater mais forte do que o normal. Dizia para mim mesmo “não pode”, “nunca na vida”, “impossível”, como se gostar de ti mais do que a amizade que nos marca há 7 anos fosse um autêntico sacrilégio. E então, por muito que pensasse que iria custar, a pensar que ia sentir uma revolta imensa por ter pensado que gostava de ti e iria me aperceber do quanto gostava e me sentia completamente preso à Filipa, disse para mim mesmo: “Eu gosto da Filipa”. E mais do que pensar no quanto eu poderia fazer feliz a Filipa, mais do que pensar que eu seria um melhor namorado do que a personagem com que ela está, eu pensei no quanto estás sozinha e mereces estar com alguém, pensei no quanto mereces alguém que te respeite, que te adoro, que te mime, que te faça feliz. E para meu terror, pensei que eu poderia dar-te isso.
A verdade é que, como já te tinha dito e recordando isto faz todo o sentido, se a Filipa fosse mesmo a pessoa de quem eu gostava, se era a pessoa que eu achava mais indicada para mim, que era mais indicado para ela, que seríamos felizes os 2, que seríamos um óptima relação, eu nunca teria começado a sentir o que sinto por ti – e logo por ti. Por seres quem és. A minha melhor amiga. A pessoa mais importante da minha Vida. Aquela que mesmo sem gostar assério de ti já recusava ofertas para trabalhar, a pessoa que sabe tudo menos de mim (mas que ironicamente não sabe disto). Torna-se quase como uma novela o facto de seres quem me conhece melhor e não consegue compreender o que sinto por ti.

Escrevo isto para que não chegue ao pé de ti num dia menos bom, e não aguente e te conte tudo. Mas a verdade é que acho que secretamente não me importava que lesses isto. Simplesmente não tenho ânimo de te mandar isto porque embora fosse óptimo para mim livrar-me destes pensamentos para mim próprio, sei que seria algo que destruiria muito daquilo que somos. Acontece que além de saber que gosto de ti, sei como nós seríamos perfeitos os 2 juntos. Não é de me gabar ou de me achar o melhor namorado do mundo, mas sei quem tu és, como és e tu sabes como sou e quem sou. Queria tanto que pensasses um pouco nisto e que ao menos que te questionasses se seria assim tão ridículo uma relação comigo. Se seria tão imbecil uma relação com alguém que os teus pais gostam (tal como os meus te adoram), uma relação com alguém que confias, uma relação que sei que sabes que seria repleta de respeito, carinho, Verdade e Amor – que atrevendo-me um pouco, foi o que faltou tanto nas tuas relações como nas minhas. Que olhasses bem para dentro de ti tal como eu fiz, e tal como eu me apercebi, a nossa amizade foi sempre assim tão boa por pura e simplesmente sermos perfeitos um para o outro – mas por causa dos vários acontecimentos, das várias pessoas, da sorte ou por simplesmente por causa do destino ao longe destes 7 anos, nunca tivemos um tempo para pensar nisso. Eu tive Hoje esse tempo. E acredita que nunca estive mais certo do que sinto.
Não sei se alguma vez vais saber disto, se vamos andar, se nunca mais vais querer olhar para mim, se nos aos poucos e poucos vamos nos separar ou se simplesmente vamos continuar a ser simplesmente amigos. Isto eu não sei porque não adivinho o Futuro. Mas sei aquilo que quero. Quero te a ti. Quero te dizer isto e não posso porque não te quero deixar mal…por pensar que te posso deixar mal embora também possa ser algo que te abra os olhos e te faça começar a pensar da mesma maneira – e por querer isso – por querer que também queiras o mesmo que eu, se alguma vez visses isto por algum motivo, apenas gostaria de dizer no fim disto tudo Teresa Mendes: seria tão incrível, estúpido, impossível amares-me? Porque a única coisa que eu acho quando sei que, de facto, de alguma maneira, te amo, é achar isso simplesmente Perfeito.

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